com Sachenka Levtchencko & Bruno Branquinho
Para ampliar esse debate e dar mais conhecimento aos nossos leitores da coluna, hoje trago dois especialistas em pessoas LGBTS, uma de Belém/PA e outro de São Paulo/SP.
Sachenka é uma mulher trans, 42 anos, diretora artística do MDB diversidade, madrinha Cidadã do TRT 8 e atual chefa de gabinete da diretoria da SEJUDH. Bruno é um homem cisgênero médico psiquiatra formado pela USP - Universidade de São Paulo especialista em Saúde mental com foco na comunidade LGBTQIA+.
Para ampliar esse debate e dar mais conhecimento aos nossos leitores da coluna, hoje trago dois especialistas em pessoas LGBTS, uma de Belém/PA e outro de São Paulo/SP.
Nessa entrevista vamos conhecer um pouco da realidade de cada região e entender um pouco mais do trabalho de quem luta pelos direitos iguais das pessoas.
Sachenka, tem mais de 20 anos de muitas histórias para contar, muita coisa boa, muitos desafios, muitas superações, vitórias, altos e baixos, ela afirma que a gente não vive só de luxo e glamour.
Sachenka começa comentando que: hoje em dia, no Pará, as políticas públicas da comunidade LGBTQIAPN+ estão reforçadas através do nosso coletivo, anos a atras não tínhamos isso. No passado não tão distante, tínhamos índices altíssimos de assassinatos, preconceitos, expulsões de casa com a população da nossa comunidade.
A empregabilidade é muito escassa, eu consegui meu espaço através da minha vida midiática, mostrando a pessoa transparente que eu sou. Eu nunca passei a mão na cabeça de político corrupto, eu nunca passei a mão na cabeça de LGBTQIAPN+ que faz coisas ilícitas, erradas, e para tentar apaziguar as coisas, eu sempre fui uma pessoa transparente, apesar de ter ganho inúmeros inimigos, mas hoje eu vivo em paz porque eu sempre mostrei as coisas certas eu também as vezes faço a minha vida midiática, que é voltada para o meio de Instagram Facebook. Sou blogueira, tenho um blog que é de muita referência no estado do Pará para população LGBTQIAPN+, tenho um perfil que tem uma visibilidade enorme.
Sempre tudo também conquistado com o fruto de muita luta, com muitos anos. Como eu falei, estou falando aqui por conta de todas as pedras que eu peguei no meu caminho, eu fui juntando, estou construindo meu castelo.
Bruno, especialista em saúde mental voltada ao atendimento LGBTQIA+, começa falando que: sou homem cis gay, acabei indo nessa direção, até porque havia uma falta, havia uma lacuna de pessoas que atendessem essas pessoas de forma inclusiva, sem preconceito e sem julgamentos.
A gente precisa entender, como um todo, que os trabalhos científicos já mostram que a população LGBTQIA+ tem uma maior incidência de abuso e dependência química.
Precisamos entender que grande parte das questões de saúde mental da população LGBTQIAPN+, sejam elas questões psiquiátricas ou simplesmente conflitos internos, enfim questões psicológicas, vêm do preconceito.
No final das contas, se você for pegar em termos de diagnóstico, uma depressão numa pessoa cis heterossexual e uma depressão numa pessoa LGBTQIAPN+, vão ter mais ou menos as mesmas características, uma tristeza, choro, desânimo e tudo mais, mas quando a gente está abordando as questões mais específicas, a gente vai vendo que as causas e as experiências dessas pessoas são diferentes, porque uma pessoa cis heterossexual não tem que passar por anos de medo, de ficar escondido para depois ter que se assumir e lidar com rejeição familiar, rejeição dos amigos, rejeição da sociedade e violências.
Comments