A trajetória de Bia Caminha

Trajetória até se tornar vereadora

Beatriz Caminha, conhecida carinhosamente como Bia, é estudante de arquitetura e vereadora atuante nas pautas LGBTI e luta racial. Bia comenta que iniciou sua trajetória na política ainda nova e que tudo começou a partir dos engajamentos na universidade. “Eu comecei a militar na política através do movimento estudantil, eu participava, me engajava, mas não era organizado e aí quando eu entrei no curso superior na UFPA, arquitetura e urbanismo, eu comecei me engajar no centro acadêmico. Logo em seguida fui candidata a vereadora, isso tudo em 2 anos.” Comentou.

Pautas e bandeiras que direciona o trabalho

Ela é a primeira vereadora LGBT dentro da câmara, relata que seu mandato é quase todo formado por pessoas LGBTs. Hoje as principais pautas que ela carrega consigo é a defesa dos direitos, a atenção à juventude e a pauta ambiental onde tem se debruçado nos últimos 2 anos a procurar entender melhor e a produzir questões legislativas sobre o assunto.

“Defendo principalmente o combate à desigualdade e isso vai passar por diversas esferas que eu entendo que o nosso mandato entende que se entrelaçam, pela questão de gênero, pela questão racial, pela nossa sexualidade”. Explicou a vereadora.

Maior realização na carreira política

Ela comenta que seu maior feito e realização foi ter chegado até a câmara.

“Acho que é ter chegado até aqui na câmara municipal, foi uma grande realização pra gente, enquanto grupo político e pra mim principalmente.” Disse ela.

Projetos mais importantes

Ela relata que já apresentou diversos projetos de lei. Mas os mais importantes para ela, são os que discorrem sobre a pauta da promoção de cidadania para as minorias, pois elas são as que impactam mais significativamente a vida dessas pessoas. “Eu já apresentei vários projetos de lei, mas o que eu considero mais importante são os que estipulam e criam políticas públicas por exemplo uma política de promoção a cidadania a população LGBTIQA+ e o projeto que cria a política municipal de mitigação das mudanças climáticas em Belém, são os 2 que são mais importantes assim para serem aprovados e instituídos.” Relatou.

Mandato participativo

Beatriz fala também sobre como seus eleitores e comunidade política se engajam em suas proposições e diz que quase todas as suas ações e proposições são baseadas na coletividade. “Uma boa parte das coisas que a gente já fez aqui foram coisas que a gente propôs na campanha e que construiu coletivamente, priorizando o coletivo. A gente tem muita participação popular principalmente ligada aos movimentos sociais.” Explicou Bia.

Polêmicas, controvérsias e perseguição política

Beatriz Caminha disse que por ser nova, mulher, negra e LGBTI, passou por diversos percalços durante sua jornada e que sofreu diversos tipos de violência e preconceito. Por ser nova e pela mudança drástica no seu modo de vida, muitas coisas aprendeu nas dificuldades e com as pedras em seu caminho.

“Quando eu entrei, eu entrei com 21. Virei uma pessoa pública do nada, quando eu entrei eu não tinha noção do que que era ser uma pessoa pública. Eu era bolsista dentro da universidade ganhava 400 reais e no outro ano, 2 meses depois eu virei chefe de mais de 20 pessoas e conhecida pela cidade toda. Então foi uma mudança muito drástica e no início eu sofria muito porque eu tive que deixar alguns hábitos meus, não podia mais fazer coisas que eu fazia antes. Acho que hoje eu já amadureci muito assim, algumas coisas na pancada, outras coisas no amor. Também passei muita perseguição política ao longo desses anos por conta de racismo, de machismo e de LGBTI fobia.” Disse.

Planos futuros

Bia finalizou a entrevista comentando sobre seus planos futuros, além de objetivar a conclusão de seus estudos no ensino superior, a vereadora já vislumbra a reeleição a vereadora de Belém e quem sabe a possibilidade de se eleger como deputada estadual. “Meu primeiro plano é me formar na faculdade que eu estou terminando agora de arquitetura e o segundo eu acho que é ser candidata à reeleição aqui em Belém deste mandato com a possibilidade de me tornar deputada estadual aí no próximo ano.” Enfatizou ela.